terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Por quem não esqueci.....


Para a Denise,para a Tia ,para o Bicho,para Alfarrobeira ,Cartooonices, etc...e para todos os bloguistas do Reino de Potugal e dos Algarves que navegam nas Margens da Ria ,um grande ABRAÇO do tamanho dos oceanos.Bons ventos e uma boa travessia ,com o "frisson" de Afrodite de alguns Adamastores e o "petillant" de Bachus (e para quem abusou do "petillant" a nossa Senhora dos Remedios....).Boas rotas para 2010 e boas viagens para alem dos cabos da boa esperança.Manu

sexta-feira, 26 de junho de 2009


Ó sombra projecção incorpórea
Insensível e fiel companheira
Indiferente a quem te pisa
Desmaio melancólico das cores
Espalhas em qualquer matéria
As silhuetas abstractas de vida,
Escuro espelho da monotonia
Sem relevos, brilho e fantasia
Anuncias as noites à luz do dia.
E no entanto ó sombra fria e vazia
São nas noites calmas e sombrias
Quando a saudade dança com a nostalgia
Quando o fado morre e nasce a luz do dia
Que renascem em mim forças e energias
Para me dar á luz mais um dia….

Manu (du vague à l'ame)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Hà vida na margem....

O que estou a pintar.... Esboços Manu
E o que estou a ler...

E acabei hà pouco de ver o filme"quem quer ser bilionário"
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Está mal enquadrada,mas é melhor que nada.
(depois das cartas de amor aqui vão 2 quadras ridículas)

Sem ti um tudo é nada
Contigo um nada é tudo
De um nada, muito inspirada
Ergueste um mundo com tudo

Dos teus nadas fiz um Reino
Dos teus tudo uma armada
Para travar guerras de afectos
No leito da minha amada

domingo, 3 de maio de 2009

Hà dias assim que são noites sem fim.....


Hoje à noite a solidão morre de prazer, do chão ao tecto e da cozinha aos quartos palmo a palmo até ao mais pequeno canto a sua sombra se estende, pesada, silenciosa, manhosa. Saudade! Guitarra sem cordas, ser abstracto sem rosto nem voz, tela sem luz, catedral taciturna, duna sem mar, guilhotina dos sons, tronco sem ramos, ópera de mudos fantasmas, coro afónico. Palco abandonado à melancólica imaginação onde as almas sopram poeiras de uma inexistente actuação! Ahhh! Solidão, corpo sem pés mãos e coração, porta fechada à comunicação, rio abstracto sem afluentes peixes e navegação, oceano sem costas, terra sem vegetação, campo de concentração para recordações, amante da inquietação desfazes os laços da comunhão, da ligação da união trocas o sim contra o não e amarras a angustia ao coração.
Ai! Ai! Ai! Solidão, ninho onde crescem saudades, barco ancorado sem cais nem paredão, muralha erguida contra a transmissão, prisão sem portas de janelas fictícias abertas à nostalgia e a ilusão, deserto povoado de efémeras miragens …
Mas solidão! Amanhã pela alvorada vais ter que morrer e deixares raiar o que pintas-te de negro no meu coração.
Manu

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aveiro"ce plat pays qui est le mien"

La ville est une aquarelle
Voguant au fil de l'eau
Ses façades sont des poèmes
Inspirées de l'Art Nouveau
A tort on la compare à Venize
Mais elle s'appelle Aveiro
La différence nait d'un Naïf
Que l'on peint sur un bateau
Une toile de couleurs vives
Sur la proue du Moliçeiro
Qui à la grâce d’un cisne
Qui ne Gondole pas au gré des flots
Mais qui Glisse gracieusement sur les miroirs de la Ria d'Aveiro.

Manu

Detalhe du museu de Arte Nova -Aveiro

A cidade aguarela

Bairro São Gonçalinho


VIVA LA VIDA



"Pourquoi le rouge et le noir ne se marieraient t'ils pas"




Aveiro perspectiva fotografada em cima da grande roda.




" L'Home et la Mer" Barra- Aveiro






As "Vaidosas "do Canal Central







Natal no Canal das Piramides








Espelho meu.........









Detalhe da Ria










Os bacalhoeiros na Ria de Aveiro

Fotos-Manu.










terça-feira, 14 de abril de 2009

PARA DEPUTADO MEIA PALAVRA BASTA,Ai,!Ui!


Até hoje ,de qualquer quadrante que seja ,ainda não ouvi nenhum deputado se queixar,do Bloco ao PP quando se trata de privilegios"LA PAROLE EST D'ARGENT MAIS LE SILENCE EST D'OR".
Isto poem-me doente mas a minha palavra não é do polvo mas sim do povo que não faz fé.E pensar que o 25 de Abril está a chegar.....
Manu

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ainda O FreePort(ugal)


Perguntas
Ontem
Porque é que o cidadão José Sócrates ainda não foi constituído arguido no processo Freeport? Porque é que Charles Smith e Manuel Pedro foram constituídos arguidos e José Sócrates não foi? Como é que, estando o epicentro de todo o caso situado num despacho de aprovação exarado no Ministério de Sócrates, ainda ninguém desse Ministério foi constituído arguido? Como é que, havendo suspeitas de irregularidades num Ministério tutelado por José Sócrates, ele não está sequer a ser objecto de investigação? Com que fundamento é que o procurador-geral da República passa atestados públicos de inocência ao primeiro-ministro? Como é que pode garantir essa inocência se o primeiro-ministro não foi nem está a ser investigado? Como é possível não ser necessário investigar José Sócrates se as dúvidas se centram em áreas da sua responsabilidade directa? Como é possível não o investigar face a todos os indícios já conhecidos? Que pressões estão a ser feitas sobre os magistrados do Ministério Público que trabalham no caso Freeport? A quem é que o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público se está a referir? Se, como dizem, o estatuto de arguido protege quem o recebe, porque é José Sócrates não é objecto dessa protecção institucional? Será que face ao conjunto de elementos insofismáveis e já públicos qualquer outro cidadão não teria já sido constituído arguido? Haverá duas justiças? Será que qualquer outro cidadão não estaria já a ser investigado? Como é que as embaixadas em Lisboa estarão a informar os seus governos sobre o caso Freeport? O que é que dirão do primeiro-ministro de Portugal? O que é que dirão da justiça em Portugal? O que é que estarão a dizer de Portugal? Que efeito estará tudo isto a ter na respeitabilidade do país? Que efeitos terá um Primeiro-ministro na situação de José Sócrates no rating de confiança financeira da República Portuguesa? Quantos pontos a mais de juros é que nos estão a cobrar devido à desconfiança que isto inspira lá fora? E cá dentro também? Que efeitos terá um caso como o Freeport na auto-estima dos portugueses? Quanto é que nos vai custar o caso Freeport? Será que havia ambiente para serem trocados favores por dinheiros no Ministério que José Sócrates tutelou? Se não havia, porque é que José Sócrates, como a lei o prevê, não se constitui assistente no processo Freeport para, com o seu conhecimento único dos factos, ajudar o Ministério Público a levar a investigação a bom termo? Como é que a TVI conseguiu a gravação da conversa sobre o Freeport? Quem é que no Reino Unido está tão ultrajado e zangado com Sócrates para a divulgar? E em Portugal, porque é que a Procuradoria-Geral da República ignorou a gravação quando lhe foi apresentada? E o que é que vai fazer agora que o registo é público? Porque é que o presidente da República não se pronuncia sobre isto? Nem convoca o Conselho de Estado? Como é que, a meio de um processo de investigação jornalística, a ERC se atreve a admoestar a informação da TVI anunciando que a tem sob olho? Será que José Sócrates entendeu que a imensa vaia que levou no CCB na sexta à noite não foi só por ter feito atrasar meia hora o início da ópera?
Nota: O Director de Informação da Antena 1 fez publicar neste jornal uma resposta à minha crítica ao anúncio contra as manifestações sindicais que a estação pública transmitiu. É um direito que lhe assiste. O Direito de Resposta é o filho querido dessa mãe de todas as liberdades que é a Liberdade de Expressão. Bem-haja o jornal que tão elevadamente respeita esse valor. É uma honra escrever aqui.
Opinião de Mario Crespo no Jornal de Notícias - 30 de Março 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

IL Y A LE PRINTEMPS QUI SE REVEILLE !!!


Quand vous n'avez pas les mots,
Dites le avec des pinceaux.....
( esboços de Manu)

terça-feira, 10 de março de 2009

Abruhosa Socrates e o seu Avô


Sócrates e o meu Avô.
1. José Sócrates cumpre bem o papel que os portugueses gostam de projectar nos seus líderes: pragmático, duro e honesto. Ou, em linguagem real: teimoso, surdo e forreta. Ao longo do último século foram inúmeros os líderes que levaram o país a acreditar nas suas oratórias messiânicas e austeras. De Salazar a Cavaco, desaguando agora em Sócrates, o mais importante é mesmo manter um ar sério e compenetrado, ainda que se esteja a pronunciar a pior das mentiras. Desde que a imagem do suposto rigor passe, pouco importam críticas de oposição, jornalistas incómodos ou que a realidade se encarregue de desmentir a teoria. Ainda que, obviamente, a comparação com os dois primeiros seja bastante dura para com o actual primeiro-ministro, a verdade é que, ao longo deste último ano, se agravaram os sintomas de autismo e afastamento em relação à real situação social, económica e financeira do país, como o foi na vigência dos governos dos ditos. Em relação aos professores, esta teimosia, disfarçada de firmeza, tem pura e simplesmente servido os interesses duma potencial futura privatização de todo o sistema de ensino em Portugal. A instabilidade nas escolas, onde o corpo docente e conselhos directivos batalham incessantemente há anos por uma dignificação do aluno, leva a que a opinião pública passe a considerar como porto seguro as escolas privadas, fugindo em massa para este sector e deixando ao abandono aquela que deveria ser a principal área de actuação de qualquer governo desde a implantação da república. Um sistema de ensino público forte, coeso e estável, assim como um sistema de saúde e de justiça, é o pilar de uma sociedade justa e livre, onde a igualdade de oportunidades não seja uma expressão vã. A contínua hostilização aos professores feita por este, e outros governos, vai acabar por levar cada vez mais pais a recorrer ao privado, mais caro e nem sempre tão bem equipado, mas com uma estabilidade garantida ao nível da conflitualidade laboral. O problema é que esta tendência neo-liberal escamoteada da privatização do bem público, leva a uma abdicação por parte do estado do seu papel moderador entre, precisamente, essa conflitualidade laboral latente, transversal à actividade humana, a desmotivação de uma classe fundamental na construção de princípios e valores, e a formação pura e dura, desafectada de interesses particulares, de gerações articuladas no equilíbrio entre o saber e o ter. O trabalho dos professores, desde há muito, vem sendo desacreditado pelas sucessivas tutelas, numa incompreensível espiral de má gestão que levará um dia a que os docentes sejam apenas administradores de horários e reprodutores de programas impostos cegamente. Não sou um saudosista, como bem se pode notar pelo que escrevo aqui regularmente, mas nem toda a mudança é sinónimo de evolução. Pelo contrário, o nosso direito poucas alterações sofreu em relação ao direito romano, e este do grego, sem que com isso se tenha perdido a noção de bem e mal, ainda que relativa de acordo com preceitos culturais e históricos. E, muito menos, a credibilização dos agentes de justiça, mormente magistrados, sofreu alterações significativas ao logo dos tempos, embora aqui também comecem a surgir sintomas de imenso desconforto, para já invisível ao grande público.
2. O que eu gostaria de dizer é que o meu avô, pai do meu pai, era um modesto, mas, segundo rezam as estórias que cruzam gerações, muito bom professor e, sobretudo, um ser humano dotado de rara paciência e bonomia. Leccionava na província, nos anos 30 e 40, tarefa que não deveria ser fácil à altura: Salazar nunca considerou a educação uma prioridade e, muito menos, uma mais-valia, fora dos eixo Estoril-Lisboa, pelo que, para pessoas como o meu avô, dar aulas deveria ser algo entre o místico e o militante. Pois nessa altura, em que os poucos alunos caminhavam uma, duas horas, descalços, chovesse ou nevasse, para assistir às aulas na vila mais próxima, em que o material escolar era uma lousa e uma pedaço de giz eternamente gasto, o meu avô retirava-se com toda a turma para o monte onde, entre o tojo e rosmaninho, lhes ensinava a posição dos astros, o movimento da terra, a forma variada das folhas, flores e árvores, a sagacidade da raposa ou a rapidez do lagarto. Tudo isto entrecortado por Camões, Eça e Aquilino. Hoje, chamaríamos a isto ‘aula de campo’. E se as houvesse ainda, não sei a que alínea na avaliação docente corresponderia esta inusitada actividade. O meu avô nunca foi avaliado como deveria. Senão deveria pertencer ao escalão 18 da função pública, o máximo, claro, como aquele senhor Armando Vara que se reformou da CGD e não consta que tivesse tido anos de ‘trabalho de campo’. E o problema é que esta falta de seriedade do estado-novo no reconhecimento daqueles que sustentaram Portugal, é uma história que se repete interminavelmente até que alguém ponha cobro nas urnas a tais abusos de autoridade. Perante José Sócrates somos todos um número: as polícias as multas que passam, os magistrados os processos que aviam, os professores as notas que dão e os alunos que passam. Os critérios de qualidade foram ultrapassados pelas estatísticas que interessa exibir em missas onde o primeiro-ministro debita e o poviléu absorve. O pior disto tudo é que não se vislumbra alternativa no horizonte. Manuela Ferreira Leite é uma múmia sem ideias, Portas uma anedota, PCP e Bloco, monolitos chatos e nem um rasgo de génio, de sonho, que faça sorrir os portugueses e os faça entender que eles são a verdadeira ‘política’, essa causa nobre que mistura lagartos com défice externo. Porque não há maneira melhor de explicar que a vida de cada um pode melhor quanto melhor ser humano, menos autista, surdo e teimoso for aquele que insiste em nos governar. O meu avô era assim, mas morreu faz muito tempo. E gostava de mais da liberdade para querer mandar. Disso tenho a certeza.
Pedro Abrunhosa

O grito de Clara Alves Ferreira contra a Lusoamnésia e o Luso conformismo




CLARA FERREIRA ALVES.
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade pofissional, atroco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser oVERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia(que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo"normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que,nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada édefinitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia,foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaçosde enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final dahistória é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde ascoisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente aocaso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos.
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padreFrederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível,alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas ascrianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos,alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o queaconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol,milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é queisso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz,apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças ,de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

Clara Ferreira Alves - "Expresso"

quarta-feira, 4 de março de 2009

CONTRE sa BASSE

Pintura de Chloe Marquaire


Courbée sur sa contrebasse
Que ses bras à peine enlacent
Elle s’inspire et puis embrasse
L’instrument avec audace

Voutée sur sa contre basse
Un corps accords dont elle ne se lasse
Son corps épouse et puis s’attache
Aux rimes do tempo d’un air qui passe

Arquée sur sa contre basse
Sensuelle mais perspicace
Elle entame avec génie et grâce
L’œuvre dont elle extrait toute sa race

Et d’un geste qu’elle replace ,
Envoutée par les accords se sa contrebasse
Elle joue, et oublie le temps qui passe
Elle danse, et autour d’elle le temps s’efface…


Manu

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais um poema de amor ridículo ....

Les amants-oeuvre de Picasso.


Está tudo tão longe
Está tudo tão perto
Está tudo tão quente
Está tudo tão frio
Está tudo tão certo
Está tudo errado
Está o coração quebrado
Está o coração apaixonado
Está o coração ardente
Está o corpo carente
Somos o recto e o verso
Somos o verso e o recto
Somos sujeitos e verbos....

Somos como dois hemisférios
Por uma equa-dor afastados
Mas na realidade toda a minha matéria
Está pelo teu polo magnetizado.


Manu

domingo, 8 de fevereiro de 2009

En attendant....


Le p'tit chemin... foto-Manu


Il est difficile de marquer rendez-vous avec l'inspiration. Il y a des jours où on peut s'assoir des heures fixant l'immaculée feuille blanche et ne voir rien venir, pas l'ombre d'un mot, le vide....la seule chose pleine un cendrier pour traduire en cendres le trou de mes pensées.
Assis à l'angle du boulev'art (boulevard), artère ou tous les débordements aux normes sont autorisés, je sirote suavement une liqueur, l'esprit ou ce qu'il en reste, noyé dans les brumes de la mémoire. Minuit, la voie est déserte ou presque, il subsiste quelques oasis vers lesquels convergent les assoiffés de nuits chaudes et enivrantes. L'atmosphère est insondable, seules quelques ombres indéfinies et grisées balayent l'ennui et animent de leurs profils la chaussée déchaussée d'imagination. Dénudé d'idées le trafic roule au pas dans tous les sens et moi je sirote quelques gorgées , histoire d'ébranler ma léthargie. Sereine et silencieuse la nuit se divorce de l'obscurité et épouse quelques ilots de lumière aux contours mystérieux. Obstinés et insatisfaits les quelques rares naufragés , évadés du jour, sillonnent la nuit divaguant dans leurs radeaux , médusés, hallucinés par tout ce qui brille et les attire dans la gueule béante de la pénombre mystérieuse.
Une liqueur et quelques étoiles filantes plus tard...soumis à l'insomnie qui a conquis et séduit Morphée, je navigue dans les plis qui ondulent ma réflexion, et perché sur le mât de ma carcasse je scrute l'horizon sur la pointe de mes interrogations. Un œil a babord un autre à tribord , c'est le calme plat ,une mer d'huile ou même les alizées se sont dissipés. Alors puisque l'horizon ne rime pas avec inspiration et que le boulev'art ce soir est un long fleuve tranquille, ramons à reculons vers l'amont et revenons aux sources des émotions....décidément ce soir la nuit ne dépasse pas le cap d'une grande introduction....Mais ce n'est pas parce que on à rien à dire qu'il faut laisser dormir son crayon!
A demain au petit coin du boulev'art aux rendez vous du mot'art...si la prose me le permet.

Manu

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Razões para a demissão de uma avaliadora


Publicado no jornal publico de 23/01/09

Esta professora avaliadora é uma das vozes que se erguem no meio de tantas outras caladas pelo medo ou por comodismo ,mas para que serviu 30 anos de democracia????
É verdade que Portugal é um pais de brandos acostumados,não fossem os militares em 74, ainda teríamos mais uns 100 anitos da dita dura.....
Os professores não podem ser guiados como se de um mero rebanho se trata-se,têm mais currículo que o pastor Sócrates para aceitar esta condição....

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

DEIXOU-NOS SITIADOS COM A NAIFA E O MEGAFONE.....

JOÕ AGUARDELA ou Aguarela como costumo dizer pintava musica com sons e tonalidades coloridas,criativas e originais.Participou em vários projectos musicais(Sitiados,Megafone,Naifa etc...) mas nunca largou o leme que o inspirava , o de construir pontes entre as margens da musica tradicional e a musica pop e rock.Era um criativo,poeta e antes de tudo um Artista de palco que não cedeu à tentação de navegar por águas turbas como são as das rotas muito comerciais.Foi-se embora discretamente e deixou-nos sitiados com a naifa no coração.Ah! esta vida de m..... SALUT L'ARTISTE

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Une heure du matin,un croissant de lune navigue tel um moliceiro dans le bleu profond de la voie lactée,pendant,que dans le silence d'une cave à trois pieds sous terre,le crissement d'un crayon bille deroule paresseusement sur la blancheur d'une feuille,l'écume ondulante d'une vague inspiration.
Naufragées de la nuit,cet ocean de mysteres et melancolie sans ports et sans abris,les mots immergent au gré des courants comme des épaves à la dérive isolées dans le neant . A la recherche d'une bouée qui les delivreraient de cet angoissante atraction qui les aspirent vers les profondeurs opaques ou git l'imagination, dans un dernier élan de survie dans ma memoire la lumière se fit,celle de quelques phares de mots enrichis,des phares ou les pluriels sont singuliers et qui nous eclairent le jour et la nuit.
Merci à "Rabiscosegaratujas" et "Alfarobeira" et encore " O Bairro do Amor" et puis "Bicho Bravo" et bien d'autres aux horizons infinies.......